Um cachimbo mergulha na água perfumada do silêncio,
Transporto nos ombros a insónia dos Oceanos,
Os ossos embalsamados embrulham-se nas paredes de vidro de um olhar,
Perdi o mar da minha infância,
Construo no coração um muro em xisto,
Ao longe os socalcos imaginários,
As janelas sem cortinado,
As fotografias envenenadas pelos sais-de-prata,
E eu, aqui, sentado, escrevendo coisas sem significado…
Palavras que se escondem no vento,
Os livros, sós, dormem sobre uma secretária doente,
Pego no cachimbo e finjo acreditar na solidão…
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 31 de Julho de 2015