foto de: A&M ART and Photos
Tínhamos inventado o sono,
a tristeza,
desenhávamos o sofrimento nas pedras cansadas da calçada,
tínhamos nas mãos a madrugada,
o vento que nos empurrava,
um livro teu... um livro que nos amava,
tínhamos estrelas vadias nas pálpebras do céu,
palavras, palavras significando tempestades, palavras começadas por saudades,
tínhamos inventado o sono,
a alegre maré parecendo o ensanguentado milagre da beleza...
tínhamos o mar e os corpos dos marinheiros sem farda,
e mesmo assim... sonhava, e mesmo assim... amava-te como se amam os xistos muros dos nocturnos eléctricos da cidade do nada.
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 16 de Fevereiro de 2014