Batem à porta,
Não vou abrir…
Nada espero, ninguém me espera…
Neste fim de tarde junto à janela.
Sentado.
Não me levanto,
Olho o relógio e são dezoito horas,
Tempo necessário para ir à doca e abraçar-me ao barco dos teus braços,
Batem à porta.
O silêncio constrói-se em mim com uma cabana na montanha,
Sinto o mar dentro do meu corpo indefeso,
Quando regressa o pôr-do-sol…
Batem à porta,
Não vou abrir…
Nada espero…
A não ser ficar aqui sentado.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 23 de Julho de 2017