Uma caneta cravada no peito,
Jorram palavras amargas das veias do poeta,
O homem suicidado deita-se no chão firme junto ao mar…
Uma árvore cintila no vento invisível da noite,
A morte,
O homem suicidado sorri das flores sobre o seu corpo,
A cada dia, uma amoreira dorme,
Sonha…
Inventa desenhos no silêncio da escuridão,
A viagem renasce ao nascer do Sol,
A aventura de galgar os rochedos da solidão,
Adormecidos os corpos nos fósforos da miséria…
O poema grita,
Chora…
Uma caneta cravada no peito do artista,
O fim aproxima-se enquanto lá fora uma criança brinca…
E chora,
O poeta grita…
E morre na tua mão.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 8 de Julho de 2017