Estes cacos incendiados nas escarpas do silêncio,
O teu corpo permitindo-me adormecer,
Sobre ele,
Uma rocha cor de cinza,
Faz fumo,
Incendeia-te como se fosses pedacinhos de papel…
Voando sobre a noite,
Na janela um cortinado negro com lábios de luar,
Entra o rio nos ombros flácidos das palavras embriagadas na sombra da morte,
A voz alimenta-nos,
Beija-nos,
Abraça-nos como se fossemos duas pedras em queda livre,
O abismo que habita o teu olhar,
O marinheiro sentado numa esplanada de esperma…
Sentas-te,
Foges-me,
Como a água,
Os barcos…
E todas as flores do Adeus.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 7 de Outubro de 2015