Não tenho tempo para amar.
Amar o não amado, quando o desamado, triste, parte junto com a morte,
Pertinho do mar,
Uma flor em transe, vai habitar o meu jardim,
Coitado do poeta, desamado, sem sorte…
Ouvindo os berros do clarim.
E das palavras, construo farrapos,
Farrapos que que agasalham,
Gritam,
Morte ao amor.
Ponto.
Travessão.
O visitante da minha sepultura, de vela no coração, e flores no sorriso,
Escrevo um conto,
Estendo a mão…
E aparece nos meus lábios o juízo.
Porque me bates à porta?
A casa vazia, sem janelas para a ribeira,
O silêncio pendular da paixão,
Descendo,
Subindo,
Malditas escadas sem corrimão,
Sem beira nem eira,
O desamado, mentindo,
Que ama a flor, aos poucos tombando.
No chão argamassado.
Amar?
Não. Obrigado.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 21 de Março de 2019