Os teus olhos são as cataratas do Niágara,
O cansaço do povo,
Os teus olhos são a luminosidade da saudade,
O silêncio prometido,
Alto,
Esguio…
Das parais encantadas.
Os teus olhos são a Primavera,
A mudança da hora,
Deste velho relógio,
Que adormece no meu pulso,
Quebrado,
Triste,
Cansado.
Difuso.
Os teus olhos, meu amor,
São a tempestade nocturna,
A cidade em chamas,
E das aldeias perdidas,
Nos teus olhos, meu amor.
Os teus olhos são o sorriso da madrugada,
A velha jangada,
Poisado na mão do rio…
Quando regressa a tarde,
Chorando,
Sem querer…
Chorando.
Meu amor.
Os teus olhos.
Saudade,
Dos beijos,
Na claridade,
Dos teus olhos,
Quando logo, mais tarde,
Eu, pegar nos teus olhos…
E dormir,
Com a saudade.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
30-03-2019