O corpo pincelado de noite,
Quando da noite regressam as barcaças do Inferno,
Não trazem destino,
Como no Inverno,
O menino…
O menino recheado de luz e incenso verbo,
Lá fora chora uma flor,
Um pequeníssimo poema morre de dor…
E o menino em febre, cansado da flor,
Deita-se sobre o orvalho imaginado pelo seu progenitor,
Prometo conquistar todos os ossos do teu corpo,
Prometo desenhar no teu corpo a sombra da revolta,
E que nunca mais volta,
Às escadas do sofrimento.
Oiço o teu lamento,
Os teus gritos contra os cortinados da Primavera…
Oiço o Outono na tua mão tão bela,
Quando a barcaça,
Em passo acelerado,
Bate contra os rochedos da desgraça…
E o menino,
Coitadinho…
No chão sentado.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 10 de Outubro de 2017