Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

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Mai 15

Perdidamente só

Nos corredores da esperança

Acreditar

Sabendo que a mentira

É a verdade

De ser

E sentir

As correntes do desassossego

A melancólica palavra

Nos teus lábios

Ensanguentados de sílabas

E de orgasmos

Literariamente

Infinitos

Perdi os sonhos

E a vontade de desenhar o teu corpo

No meu corpo

Escrevo

Sem saber o que escrevo

O que sinto

Não sentido

A mentira

Transformada em verdade

Cerro os olhos

E acredito nas pálpebras de estanho

Que a madrugada constrói no teu olhar

E não consigo transpor o cortinado do sofrimento

Perdidamente só

Enquanto a montanha se abraça no medo

O papel fumado

Ardido

Consumido pela tempestade

Dos tormentosos alfinetes da sanidade mental

A loucura

Travestida de mulher

Escondida nas catacumbas da solidão

O que sinto

Não sentido

A mentira

Transformada em verdade

Cerro os olhos

E vejo-te deitado num caixão…

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Segunda-feira, 11 de Maio de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 00:42

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