Sombreados lábios
no pincelado amanhecer
tristes searas de incenso
sem vontade de crescer
imenso Oceano mergulhado na minha mão
concubina solidão vagueando na ruela sem saída
é esta a minha vida?
duzentos e seis ossos sem comida,
oiço os teus seios na escuridão do meu silêncio
brinco sob as mangueiras de um País distante
cheiro o orgasmo do poema vencido
é esta a minha vida?
um emaranhado farrapo esquecido na espingarda do soldado...
um... um cigarro apagado...
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 6 de Novembro de 2014