Nunca soube o que era o amor, acreditava nas gaivotas em papel da minha infância, recordo o triciclo enferrujado, o boneco estúpido que apelidei de “chapelhudo”..., que parvalhão apelidava o seu fiel amigo de “chapelhudo”, eu, claro,
As palavras misturados entre orgasmos e flores, gemidos cirílicos suspensos nas andorinhas em flor,
Eu?
Nunca,
O amor,
Poemas escritos debaixo da embriaguez
Freguês?
Nem uma modinha habita na minha algibeira, e o amor sossegado debaixo de uma mangueira, crescia, brincava e...
Nunca,
E embrulhava-se na timidez de um novo dia, e lentamente, os meus ossos alimentados pelos sulcos solitários da noite, a barriga crescia-lhe, é menino? Menina?
Freguês?
Eu, simulador de voo quando as estrelas dormem, e habita na minha algibeira uma película fina de desejo,
O que é o desejo...!
Não
Nunca soube o que era o amor,
Não pai, não pode ser,
A vida é viver, um dia, dois dias, um quatro de dia..., percebes?
VIVER...
E amar?
Não sei, meu pai, não... sei.
(…)
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 25 de Janeiro de 2015