Sentia-me obtuso com a tua simplicidade dos jardins adormecidos; uma flor poisa ruidosamente no teu rosto. O acordar!
Sentia-me confuso com o silêncio dos teus lábios, flácidos, cansados das minhas pobres mãos,
O sono.
Sentia-me perdido na seara da solidão,
Quando os pássaros escreviam palavras na eira, era Verão, e a candeia perdia-se sobre a mesa do esquecimento,
Me levanto,
E pego no Sol.
Me levanto,
E pego no silêncio que traz o Sol,
Sentia-me uma pomba quando o teu corpo desleixado aterrava no meu olhar,
Uma réstia de alegria,
Uma sinfonia para brincar…
E ouvia desenfreadamente os sons da alvorada.
Como eu queria ser criança…
Alijó, 5 de Maio de 2018
Francisco Luís Fontinha