(desenho de Francisco Luís Fontinha)
o imaginado silêncio
pela orquídea do desejo
palavra por palavra
o sangue que foge da veia amaldiçoada
como a charrua
entranhada
na terra...
abraça-se ao poema
fingindo que amanhã não há madrugada
nem amanhecer
esta cidade inventada
em páginas de cartão
o imaginado silêncio
na mão
de uma sombra envenenada
ele espera pelo regresso da amada
mas o amor é uma carta
sem palavra
sem nada
que só a morte sabe reconhecer
quando o mar entra dentro de casa
e gritam
os barcos encalhados
nos semáforos da saudade...
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015