Ai menina dos pregos… tantas cócegas que te vou fazer, tantos silêncios quando a tua mão poisar no meu olhar e com a minha mão afagar-te o sorriso, sim, o teu lindo sorriso, aquele, sabes, qual, o teu sorriso parvalhona, o sorriso com que acordas as gaivotas quando passeias junto à praia, ah…, vês como sabes, e as gaivotas de mãos nos bolsos a cumprimentarem-te com um simples bater de asas, ai menina dos pregos… tantas cócegas que te vou fazer, parvalhão, és muito parvo, traquina dos papagaios de papel, eu sei…, mas que te vou fazer cócegas, ai isso é que vou…
E vou libertar as tuas plantinhas prisioneiras na varanda, as minhas plantas, sim, as tuas plantas, e os teus cachimbos, que tem os meus cachimbos, os teus cachimbos não estão prisioneiros na estante junto aos livros, os meus cachimbos é diferente, pois é, são os teus cachimbos, miúda parva, parvalhão.
Ai menina dos pregos… tantas cócegas que te vou fazer, tantos silêncios quando a tua mão poisar no meu olhar e com a minha mão afagar-te o sorriso, e as gaivotas olham-te junto ao mar, e junto ao mar espetas pregos nas oliveiras, és muito parvalhão, e tu, eu o quê, tu és a menina dos pregos, a menina das oliveiras, a menina que tapa os buracos das paredes com pastilha elástica, és muito engraçadinho, pois sou, ai menina dos pregos…
Oh…
(texto de ficção)
FLRF
31 de Março de 2011
Alijó