Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

07
Abr 14

não sei o que te direi amanhã

tão pouco se existe amanhã

palavras deixei de as ter

de as escrever

não sei o que te direi...

e amanhã é já quase hoje

e hoje... nada tenho para te dizer

vou inventar-te uma estória

com... claro que é com palavras

uma estória de um amanhecer

que se recusou a acordar

e amanhã

amanhã talvez tenha alguma coisa para te dizer

não sei o quê

não o sei

porque amanhã

amanhã é amanhã

e amanhã não sei o que te direi

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Segunda-feira, 7 de Março de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:46

17
Mar 12

Amanhã vou perceber

O sorriso das árvores

E as lágrimas das pedras sobre a montanha,

Amanhã,

Amanhã vou voar

Como uma finíssima folha de papel sobre o mar,

 

E sei, e sei que ninguém me apanha…

E sei,

E sei que o néon da solidão vai morrer

E que dentro de mim,

E que dentro de mim um rio vai nascer

E correr para o mar.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 20:48

29
Jun 11

Hoje se eu sou

Ontem não o era

Hoje um miserável dia do calendário

Um número sem importância pregado na parede,

 

E onde se esconde a parede

Que deixou de existir?

Hoje apenas um silêncio

Que separa a cozinha da sala,

 

Durante a noite a parede consumida

Pelas estrelas de papel

Hoje se eu sou

Ontem não o era,

 

E amanhã certamente não sou

O eu de hoje

O ontem de eu…

O amanhã que não existe.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 16:34

18
Mai 11

Em mim não amanhã, não a certeza se chegarei a logo e olhar o fim de tarde junto aos barcos, sentar-me no silêncio e esperar…

Esperar o quê?

O que posso eu esperar do amanhã se nem a certeza tenho de conseguir ver o logo, e depois, e depois ainda tenho o tormento da noite.

Em mim não amanhã, não nada que me construa um sorriso, em mim apenas os meus braços enrolados aos cortinados do agora, olhar-me pela janela da solidão e esperar, esperar sentado junto aos barcos.

 

 

Luís Fontinha

18 de Maio de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 12:31

31
Mar 11

Amanhã as tuas mãos hoje de seda

São húmus dilacerado

São sonhos de infância

Amanhã.

 

Amanhã as tuas mãos hoje de seda

São o meu cansaço

A Galáxia onde nasci

E hoje

Tão distante estou…

Amanhã

São o infinito

São electrões, positrões, e tudo que termine em ões…

 

Amanhã.

 

Amanhã as tuas mãos hoje de seda

São o Outono

Triste

Cansado…

 

E será que amanhã

Estarei vivo

Para ver as tuas mão hoje de seda

Serem húmus dilacerado?

 

Possivelmente, não…

 

 

Luís Fontinha

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 12:05

30
Mar 11

 

 

Pego num livro de A. Lobo Antunes e suspendo a minha revolta nos cachimbos estacionados na estante dos livros. Pensando melhor, ninguém, nada, têm culpa da minha fúria, pego num livro e converso com as personagens, e enquanto me alimento de páginas deliciosas, esqueço-me das necessidades à minha volta.

Talvez amanhã seja outro dia, talvez amanhã o sol me ilumine, talvez amanhã o mar entre pela janela e se deite na minha cama.

Talvez amanhã, hoje, hoje não…

 

 

FLRF

30 de Março de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 10:34

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