Embrulhas-te no desejo da madrugada
E a pouca luz que te faz despertar
Esconde-se no silêncio da calçada (Ajuda)
Desejando ser desejada
Desejada amar.
Embrulhas-te nos meus braços
Perdidos no tempo
Há muito esquecidos numa noite de Lisboa
Que coisa tão boa
Meu querido Pessoa
Quando brincavas com o vento,
E em Lisboa
Sinto a mágoa que magoa
No silêncio dos teus abraços,
A finíssima clareira
Do teu olhar
Do teu prazer,
E nos livros que me recusei a ler
Porque sabia que estavas lá: fazes parte do amanhecer
Quando a minha loucura ficava à porta do sorriso solar,
Espreitando o teu olhar…
Menina feiticeira.
Embrulhas-te no meu desejo desejar
De nada querer,
De nada amar,
E desejo o desejo de te perder
E deixar-te adormecida no meio do mar,
Certamente vais-te afogar,
Mas não darei um passo para te salvar…
Para te acolher!
Luís Fontinha
Alijó