Aos poucos deixo de amar as palavras
E das frases levantam-se fantasmas,
Aos poucos nas palavras
O meu corpo começa a desfazer-se
E à minha volta apenas pó.
Aos poucos em mim
As palavras que eu tanto amava
Transformam-se em nada,
Simples coisas banais do dia-a-dia.
Aos poucos deixo de amar as palavras
E das frases levantam-se fantasmas,
E na minha mão cresce uma palmeira
Brinca uma gaivota junto ao mar,
E aos poucos eu sem palavras
Perdido nas páginas em branco da vida…
Que aos poucos acorda na escuridão.
Luís Fontinha
16 de Março de 2011
Alijó/Portugal