Não sabia que o teu nome
era apenas um nome
uma solitária palavra
sem alma
sem coração
sem... sem barcos ao anoitecer,
não sabia que o teu nome
era apenas um nome
sem corpo
sem sombra...
não sabia que o teu nome
era apenas um silêncio
sem imagens
sons
ou... ou fotografias
em constante mutação,
não sabia
não sabia que o teu nome
era apenas uma assombração
uma cidade esquelética voando no pôr-do-sol,
(Não sabia que o teu nome
era apenas um nome
uma solitária palavra)
como as pálpebras do poema antes de ser o poema,
não sabia que o teu nome
era apenas um nome
um soluço mastigado nas sílabas do Diabo...
não sabia
que... que o teu nome
é como a areia húmida
e o mar apaga todos os seus desenhos
como a morte... apaga todos os seus corpos...
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 8 de Dezembro de 2014