Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

17
Jan 14

foto de: A&M ART and Photos

 

Há uma estrada que nos transporta até à cidade do gelo

dento do desejo medo

um livro teu mergulha na inocência da noite poética

o uísque embainha-se no gelo da cidade perdida

e uma personagem invisível veste-se de madrugada

há uma estrada

uma rua e um nome...

há um calendário que me insemina na doce margarida em pétalas fungiformes

dos torrões de açúcar

e escreve no meu corpo os números tristes das planícies dos cegos

a gaivota da tua mão mórbida aparece nas costas do cortinado cinzento junto à lareira da paixão

e um corpo...

o teu corpo... arde como papel vegetal em pequenos esquissos dos loucos projectos,

 

Há vozes de granito que iluminam a escuridão das tuas pálpebras

e dor que transforma as plantas vivas em mortas jangadas de veludo

há a dita cidade do gelo

encastrada nos seios da mulher de palha...

oiço-os em gritos andaimes depois da despedida que o cais das lágrimas de aço transborda montanha abaixo

rio acima tudo dorme sem perceber que da noite nascem lençóis de prazer

e as pontes de vidro que eu toco são como a frieza dos teus velhos lábios...

o nome que não sei pronunciar

escrever...

o nome inventado nos rochedos de areia da cidade do gelo

há uma estrada em ti que me acorda em todas as alvoradas

e... e desejei eternamente ser em cartolina como os jardins do nada.

 

 

@Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 23:24

25
Mai 11

Os barcos suspensos no sorriso da maré

E na espuma que o mar constrói

As gaivotas que se passeiam pela manhã

E das asas, das asas pingos de chuva

 

Brincam com as nuvens.

Os barcos enrugados na tempestade

E o corpo de um menino balança

No convés dos dias intermináveis

 

Cansativos e os barcos sem rumo

Presos ao cascalho do cais

Em silêncios cadentes

Na espuma que o mar constrói.

 

 

Luís Fontinha

25 de Maio de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 11:48

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