Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

20
Jul 15

Não tenho tempo,

Cessaram os relógios de pulso no meu peito fictício,

Ambulante circo de cidade em cidade,

De montanha em montanha,

O tempo escoou-se no aéreo sonho da noite,

Morreu,

Partiu em direcção ao mar…

Olho as minhas cinzas,

Embrulham-se na maré,

E nunca mais regressarão à minha mão,

Levo um livro na algibeira,

E uma caneta na boca…

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Segunda-feira, 20 de Julho de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:39

16
Jan 15

Há nas cinzas do teu olhar

imagens a preto e branco,

palavras de amar,

poesia,

sílabas com odor a cansaço,

há nas cinzas do teu olhar

flores,

pedras,

cubos em madeira...

e gaivotas de brincar,

há nas cinzas do teu olhar

a poeira do meu corpo travestido de luar...

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 20:30

05
Dez 13

foto de: A&M ART and Photos

 

as cinzas em ruelas

misturam-se no teu dúctil corpo de silício castanho

sei que deixaste de me ouvir depois das ferrugentas pontes de solidão dormirem nos teus lençóis de adormecidas nuvens brancas

senti pela primeira vez a dor

o sofrimento...

… o medo de perder as palavras que um dia deixarei para ti sobre a lápide do desejo

as cinzas

vão voar sobre os cortinados de nylon como cordas que aprisionam barcos às cidades de madeira

as cinzas

espalha-se sobre as tuas peugadas

vozes e lábios de cetim nas amoreiras janelas dos habitantes do jardim onde nos sentávamos...

… e dormíamos como sonâmbulos esqueletos apaixonados.

 

 

(não revisto)

@Francisco Luís Fontinha – Alijó

Quinta-feira, 5 de Dezembro de 2013

publicado por Francisco Luís Fontinha às 01:24

18
Abr 11

Lentamente a desistir, olho o sol, e aos poucos os meus olhos verdes transforma-se em cinzas… começam a elevar-se na atmosfera, e aos poucos, o verde dá lugar ao encarnado, aproximam-se do sol, perdem o brilho e morrem.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:13
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04
Abr 11

O meu esqueleto pendurado no cabide

E com o que me resta faço uma fogueira

Queimo todos os meus livros

Incendeio as minhas telas

Está vento

Palavras são levadas pela rua

Corro em busca delas

Nada poderá ficar intacto

Apenas cinzas

E o meu esqueleto pendurado

 

De perna entrançada

Fuma cachimbo

Está vento

As cores das telas

Entram na sarjeta

O meu esqueleto pronto para ser encaixotado

 

E não tenho a certeza

Não tenho a certeza se os meus ossos

As cinzas dos meus livros e das minhas telas

Têm espaço no caixote da morte…

E o caixote da morte fecha-se sobre mim.

 

 

 

FLRF

4 de Abril de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 12:58

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