Tenho em mim este corpo desencontrado
Fundeado no infinito da manhã
E acabo de acordar…
E pegar neste corpo amarrotado
Nas pregas da noite anterior
Tenho em mim estas mãos emagrecidas
No complemento dos braços esticados
À espera de abraçar
O mar que se perde junto ao portão
Do meu jardim sem malmequeres
No meu jardim outrora paraíso do meu coração
Quando em todas as manhãs um sorriso
Acordava na minha mão
Tenho em mim este corpo desencontrado
Filho da tempestade do passado
Do passado que me prende ao cais
E me impede de navegar
O mar já me pertenceu
E o vento a minha força
Hoje eu desencontrado
Encalhado nas estrelas do céu
E perco as palavras que a minha boca silenciou
Fundeado no infinito da manhã
Quando a tua voz me tocou.
Luís Fontinha
26 de Março de 2011
Alijó