A criança que existe em mim
Está a sofrer,
Sem esperança de brincar nas tardes de inverno
Sem esperança de viver,
Deixar de ser criança
Para ser,
Ser monstro vagabundo,
Moisés
Profeta do mundo,
Profeta à nascença
No meu destino
Quando eu criança
Quando eu menino…
A criança que existe em mim
Está a sofrer,
Perdido num banco de jardim
Procura indefinidamente o sorriso
Pequenino,
Do tamanho do universo,
Da dimensão do inferno.
Luís Fontinha
Alijó