Despeço-me das horas
Ao ritmo de um relógio sem corda
Que na parede da solidão
Me olha e condena à morte
O meu corpo faz a travessia do fogo
E eu prisioneiro no pêndulo
À espera que os meu braços me venham salvar
Quando a maré acorda
E o meu corpo incha
Uma gaivota começa a comer-me
Junto ao refúgio
Onde estão enterrados os meus sonhos
Do meu corpo em putrefacção
Apenas ficou a minha mão
Que diz adeus
Ao relógio sem corda.
FLRF
29 de Março de 2011
Alijó