Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

13
Mai 11

Quero dormir eternamente

Mas nas paredes do meu corpo em desassossego

Uma luz emerge debaixo dos lençóis

As minhas mãos agarram-se às frestas do silêncio

 

E o meu corpo começa a levitar na manhã.

Pergunto-me porque não adormeço eternamente

E a resposta é impressa nos meus olhos…

Quando os meus olhos cegos pela noite

 

Descansam sobre a mesa-de-cabeceira

E com as minhas mãos procuro-os

E não olhos

E não vida

 

Que merda de vida;

Dormir

Alimentar-me de nada…

E ao fim do dia procurar os meus olhos

 

Que descansam sobre a mesa-de-cabeceira.

 

 

Luís Fontinha

13 de Maio de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 11:39

19
Abr 11

Que demónios são estes

Que sombras são estas

Que coisa esquisita me atormenta na noite

E adormece no dia.

 

Que demónios são estes

Que sombras são estas

 

Que juntamente com as palavras

Se enroladas nas sílabas

Pregam-se às paredes da minha cama

E não me deixam dormir.

 

Brincar na noite…

Que demónios são estes

Que sombras são estas

 

Me deixam a cabeça suspensa no tecto da solidão…

E se agarram ao meu corpo entalado nas frestas

Preso na escuridão.

 

 

FLRF

19 de Abril de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 11:36

14
Abr 11

Sobejam-me as tuas mãos nos meus ombros

O peso de perder-me na noite

Esquecer-me de dormir

Deitar-me rente ao chão

 

Sobejam-me sonhos que deixo sobre a mesinha de cabeceira

Ao lado de um livro por ler

Sem coragem de o desfolhar

Sem coragem de o comer

 

Sobeja-me a manhã que me chuta para o infinito

Como se eu fosse um condenado

Um simples vagabundo

Deitado rente ao soalho…

 

Sobejam-me as tuas mãos nos meus ombros

O peso de perder-me na noite

A dor de me esconder nas sombras da luz

Quando sobeja em mim a solidão

 

Sobeja de mim a tua mão

Nos meus ombros amarrotados à janela

Nos meus ombros escondidos

Na boca dos cortinados.

 

 

FLRF

14 de Abril de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 15:41

Agosto 2020
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1

2
3
4
5
6
7
8

9
12
13
14
15

16
17
19
20
21
22

23
24
25
26
27
28
29

30
31


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds
mais sobre mim
pesquisar
 
blogs SAPO