Quero dormir eternamente
Mas nas paredes do meu corpo em desassossego
Uma luz emerge debaixo dos lençóis
As minhas mãos agarram-se às frestas do silêncio
E o meu corpo começa a levitar na manhã.
Pergunto-me porque não adormeço eternamente
E a resposta é impressa nos meus olhos…
Quando os meus olhos cegos pela noite
Descansam sobre a mesa-de-cabeceira
E com as minhas mãos procuro-os
E não olhos
E não vida
Que merda de vida;
Dormir
Alimentar-me de nada…
E ao fim do dia procurar os meus olhos
Que descansam sobre a mesa-de-cabeceira.
Luís Fontinha
13 de Maio de 2011
Alijó