Eu veleiro fundeado
No teu ventre de rosas
À espera de um olhar teu
Para começar a navegar,
Brincar no oceano dos teus seios
Quando a maré do teu sorriso
Me libertar…
E eu veleiro, zarpar.
Eu veleiro fundeado
E do vento dos teus cabelos
Uma gaivota saltita na minha mão,
Não me diz – olá… e nas suas asas doiradas
O silêncio das minhas velas.
Preciso de vento para me alimentar
E as rosas do teu ventre
Dormindo no meu peito…
Cansadas.
Eu veleiro fundeado
No teu ventre de rosas…
E do mar vem até mim um braço gigante
Que me aperta como se fosse a tempestade,
Traz vento,
Traz saudade…
Eu veleiro feliz…, posso começar a navegar.
Luís Fontinha
2 de Março de 2011