Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

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Dez 11

A solidão dói

A cabeça incha

O corpo mingua

 

Sobejam flores de saliva

Nos meus lábios de algodão

Afina-se um fio de luz na garganta da morte

Onde abelhas sem asas brincam com as nuvens de ontem

E na água silenciosa da manhã

Mergulha o rio da saudade

 

A solidão constrói sorrisos

Nos cortinados amarrotados do corredor sem portas

O teto desce até ao soalho

 

E a dor da solidão

Enrola-se à cabeça inchada

Suspensa no corpo invisível

Sem portas

Sem janelas

Ente o teto e o pavimento

 

O corpo minguado desfaz-se em poeira

E o vento a leva

E o mar a engole

Na garganta da morte

publicado por Francisco Luís Fontinha às 01:18

Agosto 2020
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