O homem do chapéu de palha
Deitado sobre o sorriso da lua,
Desce uma estrela e poisa nas arcadas do vento,
Uma flor tropeça e mergulha
Nas águas silenciosas da noite,
O homem do chapéu de palha
Flutua,
E nos lábios da maré
Extinguem-se as gaivotas em sofrimento…
E evaporam-se nas águas silenciosas da noite,
O homem deixa de ser homem,
E a lua começa a chorar…
E a lua cerra os olhos
Dentro do mar,
O homem do chapéu de palha abre as janelas da noite,
E finíssimos fios de luz adormecem no soalho do pôr-do-sol,
Morre o homem,
E o chapéu de palha esconde-se no vento…
Duzentos e seis ossos
E meio quilograma de sulfuroso,
O homem do chapéu de palha
Deitado sobre o sorriso da lua,
Morre o homem,
Morre a lua,
E pinta-se o pôr-do-sol de vermelho
Quando se abraça às rosas do jardim,
E sonha a noite!