O sol definitivamente deixou de acordar em mim
O mar eternamente escondeu-se numa sombra
O silêncio permanentemente vive no meu corpo…
O sol, incapaz de me amar,
Entre as nuvens do amanhecer.
Em mim a dor
Que se despede numa deserta rua da cidade,
Em mim o abismo quando depeno uma flor
E com as suas pétalas construo a saudade,
Em mim deitado no caixão
E de braços cruzados,
E de mim acorda a solidão
Em mim pássaros pendurados…
O sol, incapaz de me amar,
Entre as nuvens do amanhecer.
E deus, feliz, contente…
De aos poucos me ver morrer.
Luís Fontinha
16 de Março de 2011
Alijó/Portugal