O louco sou eu.
Aquele que te acolhe nas noites de Inferno, recheadas de vento e veneno…
O louco sou eu,
Agachado nos socalcos olhando o Douro encurvado,
Pego na enxada da loucura, rezo pelo teu corpo e desespero-me em frente ao espelho envergonhado,
O louco sou eu, o teu eterno louco das tardes de poesia…
E sentia,
Dentro do meu peito, os apitos dos teus lábios afastando-se das marés de Inverno,
O sol que mergulha no xisto amarrotado pelo vento,
E as cidades que se escondem no poema…
Hiberno,
E para a semana que vem, fujo do teu sorriso,
Subo as escadas da morte,
E com um pouco de sorte,
Desprovido de juízo…
Uma caravela deita-se na minha cama,
Dispo-a,
Adormeço-a na minha mão…
Até que a tempestade nos separe.
Alijó, 26/08/2018
Francisco Luís Fontinha