foto de: A&M ART and Photos
Os últimos cacos de ti desaparecem nas amoreiras virgens dos telhados de colmo
a dor inseminada que sentiam as tuas dúcteis veias habitam hoje nas janelas de mármore
e durante a noite
a mão solitária da insónia rouba o mar que se ouvia das janelas de mármore...
sinto-te neste momento em finas placas de poeira
inventas o vento para que os teus despojos sejam selvaticamente levados para a montanha
uma ribeira alegremente chora
e no teu rosto de cacos
as pequenas lágrimas de cianeto que invadem o teu doce sofrimento
hei-de ser uma lareira acesa na tua mão de porcelana
um livro em forma de chocolate...
hei-de ser um dos últimos cacos de ti.
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 19 de Janeiro de 2014