Não regressarei dos jardins da Babilónia
entre os cigarros de insónia à janela da solidão
não
regressarei dos silêncios amargurados
que a noite constrói nas folhas de papel os ensanguentados
poemas de inverno
ao cair da noite em tão grande inferno
que da noite promete
os ensanguentados poemas dispersos nas arreadas madrugadas do sofrimento
eu me confesso
e caminho em direcção ao mar
e adormeço no berço amar
e nunca me esqueço
que do vento
vêm até mim as sílabas dos jardins da Babilónia
e desmereço o desencanto das flores
sem nome
nos lábios da tempestade
Não regressarei dos jardins da Babilónia
entre os cigarros de insónia à janela da solidão
não
(Não regressarei do inferno de amar as sombras dos jardins da Babilónia).