Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

22
Ago 12

Não regressarei dos jardins da Babilónia

entre os cigarros de insónia à janela da solidão

não

regressarei dos silêncios amargurados

que a noite constrói nas folhas de papel os ensanguentados

poemas de inverno

ao cair da noite em tão grande inferno

que da noite promete

os ensanguentados poemas dispersos nas arreadas madrugadas do sofrimento

eu me confesso

e caminho em direcção ao mar

e adormeço no berço amar

 

e nunca me esqueço

que do vento

vêm até mim as sílabas dos jardins da Babilónia

e desmereço o desencanto das flores

sem nome

nos lábios da tempestade

 

Não regressarei dos jardins da Babilónia

entre os cigarros de insónia à janela da solidão

não

 

(Não regressarei do inferno de amar as sombras dos jardins da Babilónia).

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:33

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