Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

05
Jul 11

Sobre o arame dos dias

Caminho silenciosamente para a outra margem

Poiso-me como se fosse um pássaro

Quando nos lábios emagrece a aragem

 

Das horas dos dias e dos meses,

O vento balança-me e sinto-me embriagado

Pela pasmaceira de estar vivo…

E continuar firme como um calhau lançado

 

Rabina abaixo.

Que quereis vós de mim senhores da terra?

Que me ajoelhe e vos lamba as botas

E engula as rochas da serra?

 

E nem a fome vergará o meu esqueleto decrépito

Porque o meu corpo poderá vender-se, e porque não?,

Mas a minhas convicções e ideais

Jamais se venderão,

 

Vender o meu corpinho sim

Lamber botas é que não,

Irrita-me dá-me nojo

Alergia e comichão.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 16:07

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