Gotinhas de sorrisos suspensos nos teus lábios
dissipam-se de mim as faúlhas das tempestades de insónia
o fogo imerso no teu ventre
ao redor das tuas coxas cansadas nas planícies do amanhecer
quero ser uma abelha
e voar como as gaivotas da minha terra
vestir-me de silêncios de mar
quando os barcos entram no teu púbis
e da janela da saudade
as flores do teu jardim
transformadas em luz
corre
foge de mim entre as árvores pintadas nos muros da infância
e junto à Maria da Fonte
olha-me
deixa-me um sorriso para eu recordar em noites de desejo
dá-me a tua mão
e vamos ver os barcos
e vamos aos Coqueiros
e vamos...
foge de mim
e olha-me como se eu fosse uma amoreira
sempre adormecida nas palavras da fogueira do sono
(poema não revisto)