A morte do fogo, quando a água das palavras, caem sobre o meu corpo,
Em chamas, em brasas.
E sobra nada.
Simplicidade, risadas…
O pó.
A madrugada.
Francisco Luís Fontinha
31/03/2019
A morte do fogo, quando a água das palavras, caem sobre o meu corpo,
Em chamas, em brasas.
E sobra nada.
Simplicidade, risadas…
O pó.
A madrugada.
Francisco Luís Fontinha
31/03/2019
No rosto a flor queimada da madrugada,
A sombra voadora do silêncio inanimado,
Os sopros dos corpos amachucados,
Quando a minha voz, cansada, trémula… se desfaz,
Em pequenas gotículas de geada,
O triangulo, o quadrado,
A canção revoltada,
Pelas palavras,
Do nada.
A boca silenciada,
Para mim, tanto faz,
Que seja de manhã, anoitecer…
Ou nada,
No rosto, as lágrimas dos telhados,
Nas sílabas incendiadas por um louco,
De tudo, nada,
Ou pouco.
A geada madrugada,
Os camuflados sorrisos do nada,
Coitados,
Tanto trabalhar,
Tanto amor,
Que de uma flor,
Vê-se o mar
E o nada.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
23/03/2019
A nocturna profecia do chorado sexo oral
o carro estacionado junto às lágrimas da Barragem embrionária
um barco apita
e da tua boca delírios de sémen como tempestades de silêncio...
a nocturna loucura do sexo entre as tuas mãos
e tu acreditando nas estrelas inventando labaredas de cinza como bonecos de peluche entre as tuas coxas
dizes que adoras o sexo pelo sexo
e choras como uma cabra embainhada nas ardósias dos tristes Tsunamis...
e antes deles as desejadas ejaculações na tua boca de fresta cinzenta
e antes deles... as tuas mãos deambulando gotículas de suor
vomitas os sons gemidos do prazer...
e no fim... arrotas... arrotas como uma criança acabada de acordar...
puta desalmada
cabra cansada pulando de carro em carro de cama em cama... e de cidade em cidade...
pinheiro bravio infernizando as sílabas do medo
trazes em ti o veneno
e a triste vergonha de seres como és...
a nocturna profecia do chorado sexo oral
rompendo a madrugada
descendo calçadas
subindo
subindo escadas... descalça... triste e puta... só
procurando pénis em todos os andares da ruína cidade dos ventos
e provocas e provocas... não percebendo tu que as estrelas são a limalha do ódio...
(não revisto – ficção)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 10 de Janeiro de 2014
Finíssimos fios de água
Abraçam-se à bananeira
E um paquete desgovernado
Entra-me pelo quarto
E esconde-se sobre a mesa-de-cabeceira
Um menino acena-me envolto nos sorrisos
Do vento
E o paquete adormece docemente
Junto ao cortinado do temporal…
O menino senta-se junto ao rodapé
Onde dormem as gaivotas
E um cansaço entra-me no corpo
E saio pela janela
E eu e os finíssimos fios de água
Esperamos pela chegada do néon do faroleiro
Que cambaleia na bebedeira das estrelas…