Há nesta árvore nua e ensonada,
uma vida sem alma,
um corpo fusco com odor a embriaguez,
há nesta árvore um sorriso,
uma varanda com fotografia para o mar,
o silêncio é contagioso,
doença que invade o alicerçado enforcado...
o homem que inventa tristezas,
o homem que escreve insónias,
há nesta árvore estórias,
madrugadas sem nome,
o homem...
o homem das asas negras,
esperando o regresso da jangada de granito,
ele não resiste,
e insiste...
desenhar na tempestade o infestado grito,
há...
há nesta árvore nua e ensonada,
um poeta em chamas..., um poeta que arde na fogueira...!
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 17 de Agosto de 2014