Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

29
Nov 12

A cena passa-se dentro de um carro

uma avenida despida

duas miúdas giras

e um charro

o charro come o carro

e sem roupa

a avenida

finge orgasmos no rosto das miúdas giras

eu estou sentado

na pastelaria

à janela

à deriva

espero espero e espero

e ela não vem

e ela sentada invisível na minha mesa

choram choram choram as luzes cansadas do silêncio meu destino

as duas miúdas giras

e um charro

dentro de um carro

à deriva na avenida

sem roupa

despida

que puta a minha vida

sem carro

sem miúdas giras

que fingem orgasmos no rosto do charro

que puta

a minha

que puta de vida esta de estar sentado na pastelaria

abandonado

nos cornos da avenida...

nua

tua

perdidamente despida

a avenida Sá Carneiro.

 

(poema não revisto)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 13:03

21
Nov 12

A pastelaria azul com pergaminhos de açúcar

abandonada no centro da avenida

uma cadeira vazia

apaixonada pelas palavras de mel

que poisam sobre as mesas de amêndoa,

 

Felizmente faço parte deste mobiliário literário

onde te sentas

e pensas nos sonhos desenhados sobre a areia da infância

oiço-te

e oiço-te murmurar nas longínquas rochas que me amas,

 

E adoras

e entrei nos teus sonhos como os pergaminhos de açúcar

e a avenida se veste de loiro poema em delírio

à tua mão de silêncio as gaivotas entre os sorrisos da noite

há uma janela para te vestires com os gemidos dos cacilheiros,

 

E adoras

as flores de abelha em papel com migalhas de vidro

das caricias muitas que a luz constrói no teu corpo

e felizmente faço parte deste mobiliário literário

que é o teu corpo de açúcar deambulando no centro da avenida...

 

(poema não revisto)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 13:50

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