Abraço-me ao plátano junto à igreja
E no meu rosto nascem as lágrimas do fim de tarde
Do meu rosto rompe o pôr-do-sol
No meu rosto o mar em confusão
E na minha mão uma gaivota
Multiplicando à revolta
Os sonhos desfeitos no amanhecer
Abraço-me ao plátano junto à igreja
E apetece-me morrer
Deixar de lutar
E chorar
Na confusão do mar…
E ficar
Eternamente abraçado
Ao plátano junto à igreja
Até que o meu corpo cansado
Despareça na garganta da montanha
Dividido em duas metades
Para um lado
A cabeça
E o resto do corpo mergulhados nas saudades
Do plátano junto à igreja.