Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

21
Abr 16

A voz silenciosa da montanha

Montanha envergonhada

No luar.

A voz alicerçada dos mártires que o vento leva

Leva o assobio melódico da Primavera apaixonada

Nos rochedos de chorar.

Cansada.

A voz esconde-se na planície do amanhecer

Amanhecer largando a esperança

Na cidade embriagada.

A voz do meu corpo camuflado pelas roseiras

Roseiras de rosas amarelas à nascença

A voz… a voz triste da alvorada.

Cansada.

A voz silenciosa da montanha

Montanha meu leito

Que regressa à noite a chorar.

A voz maltratada pela floração do meu jardim

Jardim onde habito sem jeito

E espero pelo mar.

Cansada.

 

Francisco Luís Fontinha

quinta-feira, 21 de Abril de 2016

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:46

12
Abr 12

Não me conheço

Debaixo destas árvores cansadas

Olho as pedras miseráveis da calçada

Sem destino a rua das amoreiras

Porque são as gaivotas roseiras

E as flores malvadas

E nas pálpebras um crucifixo adormecido

Não me conheço

E não pareço

Um cadáver apodrecido…

Não me conheço

Debaixo destas árvores cansadas

Coitadas

Parecem gaiatas brincando na seara adormecida

Perdida

Nas madrugadas

publicado por Francisco Luís Fontinha às 18:22

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