A voz silenciosa da montanha
Montanha envergonhada
No luar.
A voz alicerçada dos mártires que o vento leva
Leva o assobio melódico da Primavera apaixonada
Nos rochedos de chorar.
Cansada.
A voz esconde-se na planície do amanhecer
Amanhecer largando a esperança
Na cidade embriagada.
A voz do meu corpo camuflado pelas roseiras
Roseiras de rosas amarelas à nascença
A voz… a voz triste da alvorada.
Cansada.
A voz silenciosa da montanha
Montanha meu leito
Que regressa à noite a chorar.
A voz maltratada pela floração do meu jardim
Jardim onde habito sem jeito
E espero pelo mar.
Cansada.
Francisco Luís Fontinha
quinta-feira, 21 de Abril de 2016