Nasci para colmatar a saudade da infância passada em Luanda – Angola, onde nasceu o meu criador, a princípio a minha existência era para ser apenas alguns meses, depois, com o apoio do JOÃO SÁ e da TERESA ALVES, a quem agradeço a sobrevivência, porque sem eles o meu criador tinha desistido, aqui estou dois anos depois.
A todos os que me visitam um muito obrigado.
Abraço
Francisco Luís Fontinha
P.S.
À Teresa Alves um agradecimento especial por este template da autoria dela.
Não sabia o que eram rosas
Dálias
Malmequeres
Não sabia que quando tocava os crisântemos
Eles sorriam
E me olhavam
Não sabia que dentro dos livros
(do António Lobo Antunes)
Viviam pessoas
Iguais a mim
Que sofriam
Que amavam
Que morriam
Não sabia
Que no mar vivia poesia
Palavras abraçadas à maré
Não sabia como acreditar e ter fé
Tanta coisa que eu não sabia
E aprendi com a tua mão.
Hoje decidi eliminar os meus blogs do Sapo. PT e a minha conta do facebook.
Porquê? Apeteceu-me.
E foi um prazer.
E de hoje em diante só vou publicar aqui neste espaço acolhedor, que é e sempre foi o meu orgulho; o verdadeiro Cachimbo de Água.
Este blog está muitas vezes em destaque no Sapo Angola, e claro que fico orgulhoso, é destacado por mérito, penso eu, e parece que penso bem, este blog nunca foi destacado por CUNHA, não senhor, nunca tive CUNHAS, e não sou dado a lambedelas, este blog é meu, continuará a ser meu, e só morrerá quando eu morrer, e foi esta a promessa que fiz a quem o desenhou, Teresa Alves).
Obrigado à Teresa Alves;
Obrigado ao João Sá;
Luís Fontinha
Misteriosamente o blog irmão deste em Portugal desapareceu dos destaques nos blogs do Sapo local, não escrevo e nunca escrevi para ser destacado, mas já o fui, e um dos meus poemas foi vencedor no dia 21 de Março (dia mundial da poesia), e misteriosamente, semanalmente o blog com o mesmo conteúdo e nome, mas no Sapo Angola, é destacado, e aparece frequentemente na rede, e obrigado à Teresa Alves que concebeu um template específico para o mesmo, e obrigado ao João Moreira de Sá por gostar dos meus textos e poemas, ambos da equipa dos blogs Sapo.
Há mistérios que nem Deus consegue desvendar, e há textos e poemas que são de destaque para os Angolanos, e talvez os considerem uma merda para os Portugueses, mas a vida é feita de mistérios, e em Alijó, em Alijó há mistérios que nem Deus consegue desvendar…
Obrigado à Teresa e ao João por acreditarem em mim.
Todas as coisas têm uma estória, todas as coisas têm uma vida. O corpo morre e fica a estória, e o cachimbo de água só morrerá com o desaparecimento do meu corpo, mas quando ele for pó, o blog cachimbo de água permanecerá algures na rede, palavras que ficarão mesmo depois de eu deixar de existir.
Poderia começar a história do cachimbo de água com… Era uma vez…
Mas não faz sentido porque o cachimbo de água está vivo e presente em cada momento de mim, e de vós.
O miúdo que nasce em Luanda e que ainda hoje procura na memória os cheiros e as sombras da cidade, aos poucos, já em Portugal, começa a devorar livros pela influência do pai, dos livros vêm as palavras e até à escrita é um saltinho.
Eu, anti-cigarros, para enganar a saudade, em Lisboa, começo a escutar no fumo as palavras que me habituara em casa, o sentar-me junto ao Tejo a olhar o rio e a criança que acabava de regressar de Angola, e em todos os barcos eu sentia a presença do menino que fazia papagaios de papel e se deitava debaixo das mangueira, de barriga para o ar, a olhar o céu…
A vida traz-me a paixão pelos cachimbos, e quando percebo, trinta e seis cachimbos em madeira, trinta e seis estórias. Olhava-os e sentia que faltava algo, faltava um cachimbo de água.
Um dia, daqueles dias em que não temos paciência para nada, um Marroquino a querer impingir-me bugigangas, e para o despachar da minha impaciência pergunto-lhe se tinha cachimbos de água, ele em resposta curta que não mas para não me preocupar porque ia encontrar um, ele acreditava que eu falava a sério, eu acreditava que ele brincava comigo, e uns dias depois, quando eu já tinha esquecido o cachimbo, ele aparece-me com este cachimbo de água, e que desde então poisa pacientemente sobre a minha secretária, sentado à minha esquerda.
Eu, sentado à sua direita, escrevo palavras, palavras que após a minha morte, continuarão vivas no blog Cachimbo de Água.
(Obrigado à Teresa Alves da equipa dos blogs Sapo e ao Rui Morais, grande artista da fotografia de Alijó)
Em reconhecimento à equipa dos blogs do Sapo Angola por tudo o que tem feito por mim a partir de hoje os meus textos e poemas serão apenas publicados no meu blog do Sapo Angola.
Luís Fontinha
Alijó