Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

15
Fev 14

foto de: A&M ART and Photos

 

Sentia-me desgovernado dentro do teu corpo melódico de poesia envenenada,

tínhamos descoberto as tristes pálpebras dos candeeiros de papel...

e havia em nós uma penumbra neblina com assobios de escuridão,

 

Sentia-me prisioneiro das mãos tuas em castanhas árvores de parede,

tinha medo de perder a sombra,

tinha medo de perceber as andorinhas com vestidos de chita,

 

Sentia-me desgovernado nos alpendres de alvenaria invisível,

inventava recreios numa remota escola de aldeia,

chamava a mim a cidade... e a da cidade vinham os teus olhos,

 

E da cidade acordavam os lábios submersos nas tempestade de areia,

um coração chorava, um coração zangava-se com o amor das palavras escritas por nós...

sentia-me um vagabundo sem sentido que sentia os alicerces da própria cidade,

 

Sentia-me como tu não sabendo que do espelho havia beijos,

saudade,

e da cidade... os teus malignos cabelos infestados de pólen, e cinzentos abraços...

 

Sentia-me,

aos poucos envergonhado, cansado... do teu corpo melódico de poesia envenenada,

e aos poucos, e hoje... sei que não tenho nada.

 

 

@Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sábado, 15 de Fevereiro de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:20

Agosto 2020
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1

2
3
4
5
6
7
8

9
12
13
14
15

16
17
19
20
21
22

23
24
25
26
27
28
29

30
31


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

posts recentes

A vergonha de ser cidade

subscrever feeds
mais sobre mim
pesquisar
 
blogs SAPO