No rosto a flor queimada da madrugada,
A sombra voadora do silêncio inanimado,
Os sopros dos corpos amachucados,
Quando a minha voz, cansada, trémula… se desfaz,
Em pequenas gotículas de geada,
O triangulo, o quadrado,
A canção revoltada,
Pelas palavras,
Do nada.
A boca silenciada,
Para mim, tanto faz,
Que seja de manhã, anoitecer…
Ou nada,
No rosto, as lágrimas dos telhados,
Nas sílabas incendiadas por um louco,
De tudo, nada,
Ou pouco.
A geada madrugada,
Os camuflados sorrisos do nada,
Coitados,
Tanto trabalhar,
Tanto amor,
Que de uma flor,
Vê-se o mar
E o nada.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
23/03/2019