Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

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Mar 11

Deixo todos os bens materiais

A ninguém,

Não tenho nada para deixar,

 

Deixo as minhas mãos ao vento

E o meu olhar

A ninguém,

Não tenho nada para deixar,

Nem raízes no pensamento.

Deixo o meu coração

À noite sem luar,

E o meu corpo, as cinzas, vão para o mar…

Bem longe da costa, em plena escuridão.

Os meus livros, antes de eu morrer,

Serão todos queimados, cinzas como o meu corpo cremado,

E a ti, vou deixar-te o silêncio do amanhecer…

A merda dos pardais

No meu jardim plantado.

 

 

Luís Fontinha

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 10:49

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