Palavras!
Enigmas suspensos na madrugada,
O farol avariado, os barcos cerram os olhos, e escondem-se na neblina,
Palavras a arder,
Palavras escritas no fogo da paixão,
Quando a saudade morre devagarinho…
Os poemas despem-se das palavras,
Os livros adormecem sem os poemas,
E o papel amarrotado da tua pele… sedução encantada,
Palavras!
Tristes versos abraçados a tristes noites de Verão,
Sentidos pêsames, a partida para o outro lado do Universo,
E as estrelas amarguradas em fuga para o Infinito,
Verbo,
Os latidos desorganizados dos teus gemidos… quando o rio se suicida nos rochedos,
Em transe,
A ausência delas quando eu sentado espero pela alegria,
Ressequida,
Mortas todas,
As pedras que te atiro…
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 12 de Agosto de 2017