O Douro em mágoa
No ombro o peso da enxada
Do silêncio o rio acorrentado à água
No rio ela deitada,
O rabelo nas máscaras do anoitecer
Desce e sobe socalcos nas entranhas do xisto
Na minha mão envelhecer
Com estas pernas eu desisto,
E o cheiro da uva que se engasga na neblina
O verde emagrecer da folha que da videira acorda
E do chão terra minha sina,
A agreste chuva miudinha
Que o corpo afoga
Do corpo dormente na vinha.