A astronomia loucura do profeta
as paredes encarceradas do guerreiro desconhecido
à força e pela força
o cansaço espaço de luz nos confins rochedos da melancolia
a astronomia
embriagada pelos momentos sem pressa
numa carta de despedida
sem palavras
ou... ou remetente
uma aventura na escuridão da cama do sonambulismo
os cigarros absorvidos pela morte do fumo colorido...
e um caixão de espuma poisado nos alicerces da canção de revolta
cessem este destino
e o silêncio
da atmosfera encarnada em comestíveis soluços de desejo
a astronomia loucura do profeta
sentado em frente ao espelho da agonia
sem sentido
sem... sem melodia
antes de acordar o dia
o vento sofrido
o corpo mordido pelos meus dedos
o odor embalsamado do prazer
em finíssimos gemidos
e uivos...
e no entanto
não existem ruas na minha mão
casas
flores
nada
apenas... um rio adormecido numa fotografia
e um Domingo desorganizado e despido...
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sábado, 29 de Novembro de 2014