(desenho de Francisco Luís Fontinha)
O desejo cansado do solstício envenenado
das palavras o ranger da porta sem habitantes
que a noite comeu
o desejado corpo nos pindéricos rochedos de papel
voando sobre a cidade dos machimbombos
o entardecer não regressa nunca
o viajante secreto enlatado num caixote em madeira
o homem sombreado dos alicerces de prata
afogado num pedaço de terra...
hoje
hoje não vi o mar
nem os barcos de esferovite construídos por crianças junto à ribeira...
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 26 de Janeiro de 2015