Vivíamos encaixotados numa lâmina de silêncio,
tínhamos dentro de nós o sonho, tínhamos a transparência do amanhecer,
vivíamos sem saber que vivíamos...
viver,
Vivíamos dentro do espelho de uma folha por escrever,
vivíamos como se amanhã fosse o dia mais belo do luar,
tínhamos as palavras em gritos, e vivíamos acreditando que havia uma árvore nua, em despedida...
sentada na alvorada... esperando o regresso do mar,
Vivíamos no centro do círculo de vidro,
tínhamos no olhar a distância transatlântica do desespero..., havia em nós o medo, a solidão,
vivíamos não vivendo,
… porque tínhamos um beijo em nossa mão.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sábado, 12 de Julho de 2014