Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

25
Abr 14

vivo fingindo viver

procurando o que já morreu

inventando palavras que nunca tive a coragem de escrever

vivo esperando o amanhecer

que da madrugada cresçam lábios de cereja

e pedacinhos de papel com barquinhos desenhados

vivo debaixo da sanzala encarnada

olho o Sol e sinto a tua pele misturada com imaginados sorrisos

de prata

cachimbos mergulham e acreditam que

vivendo fingindo viver...

um dia

 

um dia vou regressar ao quintal recheado de mangueiras

com sombras estrelares

fingindo

correndo...

amando os velhos telhados de luz

como amo o fingimento de fingir que vivo

 

vivo fingindo viver

nesta jangada de silêncio

com velas de pano

viver viver viver...

não sabendo o significado do amor

amando fingindo que amo

sou um marinheiro esquecido no Oceano

procurando

inventando...

dormindo nas esplanadas que habitam no Tejo

recordando muros amarelos

porque fingindo viver... não vivo... não vivo esta vida de corpos em mármore.

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sexta-feira, 25 de Abril de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 12:03

Abril 2014
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5

6
7
8
9





Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Posts mais comentados
mais sobre mim
pesquisar
 
blogs SAPO